Em atitude romeira, entre os dias 07 e 11 de janeiro de 2014, o povo das Comunidades Eclesiais de Base, de todos os cantos do Brasil, colocou-se a caminho em direção a Juazeiro do Norte, no sertão do Cariri, “coração alegre e forte do Nordeste” respondendo ao chamado da grande fogueira acesa pela Diocese de Crato-CE, convocando para o 13º Intereclesial.
Participaram também do encontro representantes de Igrejas irmãs evangélicas e de outras religiões; também de toda a América Latina e Caribe, Europa, África e Ásia.Motivados pela alegria de também poder participar dos momentos celebrativos do Intereclesial, abertos às comunidades e de viver a experiência de romeiros e romeiras nas terras de missão do Pe. Ibiapina, do Pe. Cícero e Beato José Lourenço do Caldeirão, caravanas de romeiros das Dioceses de Leopoldina, Itabira-Fabriciano, Valadares e Teófilo Otoni, em número de 170, foram para Juazeiro do Norte.Durante as manhãs dos dias 8, 9 e 10, em sintonia com a programação do 13º Intereclesial, os romeiros participaram do Tríduo de Estudos ‘Religião e Política no Juazeiro do Pe. Cícero” no Memorial Pe. Cícero.
Nós, romeiros, tivemos a alegria também de vivenciar a romaria ao Caldeirão do Beato José Lourenço, em Crato. O sítio foi cedido, sob indicação do Pe. Cícero, em 1926 ao Beato José Lourenço, que organizou o sítio Caldeirão, juntamente com sua família e romeiros, que fugiam da seca, num local de vivência comunitária e de organização social de produção. O lema da comunidade era: oração e trabalho. Porém, dez anos depois (1936), o Pe. Cícero já tinha falecido (1934), os moradores do Caldeirão foram vítimas de perseguição e tiveram que abandonar suas casas e o Caldeirão foi totalmente destruído. Na celebração de acolhida, Dom Fernando Panico, bispo de Crato, proclamou: “as CEBs são o jeito ‘normal’ da Igreja ser’, jeito normal de o povo de Deus responder no hoje a proposta de Jesus: ser comunidade a serviço da vida”.
A mensagem do Papa Francisco – pela primeira vez um Papa fez referência ao encontro das CEBs – causou alegria a todos: “que as luzes do Espírito Santo lhes ajudem a viver com renovado ardor missionário os compromissos do Evangelho de Jesus no seio da sociedade brasileira” (trecho da carta).Foi intensa a programação do encontro, com conferências, análise de conjuntura social e eclesial, debates, testemunhos, visitas missionárias às comunidades, famílias, projetos e algumas instituições. A celebração em memória dos profetas e mártires da fé, da vida, dos direitos humanos, da justiça, da terra e das águas realizada na colina do Horto (onde se ergue a gigantesca estátua do Pe. Cícero) foi marcada por muita espiritualidade e emoção.Na noite do dia 10, a alegria, a festa e a dança tomou conta de todos – delegados e romeiros – no Encontro dos Artistas da Caminhada, na Igreja de São Francisco.Na Celebração Eucarística de envio dos delegados e delegadas às suas Dioceses, dia 11, na Basílica de Nª Sª das Dores, todos reafirmaram seu compromisso profético de ser CEBs: Romeiras do Reino, profetas da justiça que lutam pela vida, a serviço do bem-viver.
O 14º Intereclesial, cuja data será definida na reunião da Equipe da Ampliada Nacional das CEBs em julho, acontecerá na Arquidiocese de Londrina- PR. Números do 13º Intereclesial das CEBs: Delegados: 4.036 Mulheres: 2.248 Homens: 1.788 Bispos: 72 Padres: 232 Religiosos(as): 146 Evangélicos: 20 Outras religiões: 35 Indígenas: 75 Estrangeiros: 36 Assessores / Ampliada: 68 Total (incluindo equipes de serviços e visitantes): 5.036