A Igreja convida os fiéis para uma oração regular: orações quotidianas, Liturgia das Horas, Eucaristia dominical, festas do ano litúrgico.
A tradição cristã compreende três expressões principais da vida de oração: a oração vocal, a meditação e a contemplação. Têm em comum o recolhimento do coração.
A oração vocal, fundada na união do corpo e do espírito na natureza humana, associa o corpo à oração interior do coração, a exemplo de Cristo que orava ao Pai e ensinava o “Pai-nosso” aos seus discípulos.
A meditação é uma busca orante que põe em ação o pensamento, a imaginação, a emoção, o desejo. Tem por finalidade a apropriação crente do tema considerado, confrontado com a realidade da nossa vida.
A contemplação é a expressão simples do mistério da oração. É um olhar de fé fixo em Jesus, uma escuta da Palavra de Deus, um amor silencioso. Realiza a união com a oração de Cristo, na medida em que nos faz participar no seu mistério.
A oração pressupõe esforço e luta contra nós mesmos e contra as ciladas do Tentador. O combate da oração é inseparável do “combate espiritual” necessário para agir habitualmente segundo o Espírito de Cristo: ora-se como se vive, porque se vive como se ora.
No combate da oração, devemos enfrentar concepções errôneas, diversas correntes de mentalidades e a experiência dos nossos fracassos. A estas tentações, que lançam a dúvida sobre a utilidade ou até mesmo a possibilidade da oração, convém responder com humildade, confiança e perseverança.
As principais dificuldades no exercício da oração são a distração e a aridez. O remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração. Duas tentações frequentes ameaçam a oração: a falta de fé e a acédia, que é uma espécie de depressão devida ao relaxamento da ascese e que leva ao desânimo.
A confiança filial é posta à prova quando temos a sensação de nem sempre ser atendidos. O Evangelho convida-nos a interrogarmo-nos sobre a conformidade da nossa oração com o desejo do Espírito.
“Orai sem cessar” (1 Ts 5, 17). Orar é sempre possível. É, até, uma necessidade vital. Oração e vida cristã são inseparáveis. A oração da “Hora” de Jesus, justamente chamada “oração sacerdotal”, recapitula toda a economia da criação e da salvação. É ela que inspira as grandes petições do “Pai-nosso”.
Por Dom Antônio Carlos Félix – Bispo Diocesano