Por: Dom Félix
A catequese é um processo permanente de educação da fé, que deve ser gradual, sistemático, pessoal, comunitário e para todas as idades. Ela deve estar presente em todos os campos da ação evangelizadora da Igreja, mas como um conjunto de atividades específicas de educação sistemática da fé. A educação da fé consiste em propor, e não em impor, o Evangelho de Cristo em vista de despertar o catequizando para que ele possa dar uma resposta pessoal e responsável a Deus.
Na catequese anuncia-se uma pessoa (Jesus Cristo), não uma idéia ou doutrina. Por isso, o encontro de catequese não deve ser uma aula, mas o encontro de pessoas concretas com Deus e entre si, onde catequista não é professor e catequizando não é aluno. A Palavra de Deus e a transmissão da fé entram no encontro de catequese para iluminar a vida e apontar-lhe caminhos novos.
Os aspectos mais valorizados na catequese são: participação na comunidade; ligação com a liturgia; interação fé e vida; diálogo com a cultura; espiritualidade fundada na Palavra e na Eucaristia; responsabilidade na transformação social; espírito missionário; abertura ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso…
O catequista se defronta, hoje, com situações as mais variadas: crianças e jovens iniciados na fé pela família; adultos não iniciados na fé; gente que se afastou e quer voltar; famílias com membros que pertencem a igrejas diferentes; casais em situação irregular diante das leis da Igreja…
Se o perfil dos catequizandos é variado, o dos catequistas também é muito diverso: uns são bem preparados, engajados na comunidade e com muitos anos de prática e de fidelidade; outros caíram na rotina, nem se consideram catequistas; outros são esforçados, mas sem apoio; há os que vivem em situação difícil; os que ficam pouco tempo e somem; os que só ‘ministram’ o encontro catequético; há ainda os coordenadores e formadores de novos catequistas…
Houve um tempo em que o catequista ensinava e tomava a lição. Atualmente, as pessoas questionam tudo, a pedagogia exige mais participação e os meios de comunicação apresentam idéias e propostas que precisam ser levadas em conta. Religião, hoje, é algo que se escolhe e há muitas propostas. Sem uma boa catequese permanente, os fiéis estarão despreparados para assumir sua missão cristã no mundo.
Qualquer compromisso eclesial exige conhecimento, participação comunitária, espiritualidade bem cultivada, planejamento, constante atualização. Por isso, o catequista precisa entender um pouco de Bíblia, de doutrina cristã, liturgia, pedagogia e psicologia.
Podemos falar de um perfil ideal para ser catequista no mundo atual: ter recebido os sacramentos da iniciação cristã com uma boa formação correspondente; ser firme na fé, ter caridade ativa e saber transmitir esperança; ter capacidade de diálogo para lidar com a diversidade pessoal, social e religiosa; ter espírito comunitário e saber trabalhar em equipe; ter um mínimo de maturidade humana, emocional e religiosa; sentir paixão pela catequese e se interessar pela formação permanente; ser capaz de compreender a realidade pessoal e social para iluminá-la com a fé; ter familiaridade com a Palavra de Deus e vida de oração; ser criativo e compreensivo diante de situações difíceis…
Hoje, é preciso pensar em catequistas preparados para lidar com situações especiais, como crianças abandonadas, pessoas com deficiências, universitários, casais em segunda união, idosos, profissionais que não podem acompanhar horários fixos…
Nesta oportunidade, quero agradecer os catequistas pelo importante e árduo serviço pastoral que prestam à Igreja. Que Deus lhes cubra com suas bênçãos e lhes recompense por tanta dedicação na catequese para todas as idades e nos mais diversos lugares!