É um trabalho pastoral da Igreja que visa despertar os cristãos para a vocação humana, cristã e eclesial, discernir os sinais indicadores do chamado de Deus, cultivar os germes de vocação e acompanhar o processo de opção vocacional consciente e livre (cf. DBFP, nº 27).
A Vocação é Iniciativa de Deus
Não há dúvida de que toda proposta vocacional deve fundar-se numa autêntica teologia da vocação. Este aspecto foi bem contemplado no Projeto Rumo ao Novo Milênio da CNBB. Já na sua primeira parte afirma-se, em plena sintonia com a carta Tertio Millenio Adveniente de João Paulo II, “que é o próprio Deus que vem em busca da pessoa humana” (RNM 5). Deus, portanto, toma a iniciativa de convocar cada um e cada uma de nós. O seu chamado é uma autêntica interpelação pessoal, feita a seres plenamente livres, pedindo que abram o coração para um amor maior (cf. RNM 82).
A vocação é, pois, uma história de diálogo entre o Deus que chama e a pessoa que responde a este seu chamado. Sendo o diálogo uma atitude permanente de Deus, a comunidade dos convocados e convocadas – a ekklesía – deve dialogar com a sociedade, com todas as culturas, com as outras religiões e incentivar o diálogo no seu próprio seio (cf. RNM 138). De fato, o chamamento divino não é uma imposição, mas uma proposta. “Deus busca o diálogo com as pessoas humanas, como amigas (cf. DV 2). Propões, não impõe” (RNM 168). Assim sendo, toda a ação evangelizadora da Igreja será um repetir constante, no aqui e agora da nossa realidade, daquela proposta de vida que o Pai faz através do Filho: “Se queres…”(Mt 19, 21). Somente através de um diálogo fecundo as pessoas serão capazes de responder com generosidade e sinceridade ao apelo pessoal de Deus. Somente no diálogo haverá mais empenho e mais participação, mais doação e mais compromisso (cf. RNM 139).