Em 07 de setembro de 2021, aconteceu a apresentação do Documento Preparatório do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, com o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Desde então, as dioceses do mundo inteiro se organizaram para corresponderem a este grande desafio. O início oficial com o Papa foi em Roma nos dias 9 e 10 de outubro de 2021 e, logo a seguir, começou o processo sinodal em cada uma das Igrejas particulares. Em nossa Diocese o início se deu em 20 de novembro.
A Igreja sinodal, que o Papa Francisco nos pede para construir, tem a marca da humildade. É Igreja que se reconhece como instrumento nas mãos de Deus. É a Igreja da escuta, pois uma Igreja sinodal não me coloca acima do outro, mas a caminho com ele. A escuta pressupõe a humildade de me perceber a caminho com outros.
A sinodalidade não é apenas um método ou um conjunto de estruturas, mas um modo de ser Igreja: uma Igreja que se reconhece humildemente a caminho; uma Igreja que não é autossuficiente, autorreferencial, autoritária, clericocêntrica e na qual os fiéis leigos não são apenas destinatários passivos da ação dos ministros ordenados nem somente cumprem ordens daqueles que presidem às comunidades.
O processo sinodal é espaço para escutar o que o Espírito diz às Igrejas, através da Palavra de Deus e das diferentes vozes e opiniões. Esse processo dá lugar à pluralidade num caminho de comunhão procurando um consenso com a contribuição de todos. No processo sinodal, as diferentes vozes precisam estar presentes. O consenso e a comunhão aparecem no final do percurso. Porém, para que isso aconteça, “cada um deve falar com liberdade e escutar com humildade” (Papa Francisco).
A Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos acontecerá em outubro de 2023, mas até lá há um longo caminho a percorrer nas fases diocesana e continental. Será um caminho conjunto de comunhão, participação e missão, para que mais do que “produzir documentos” seja possível “fazer florescer a esperança”.
Por Dom Félix
(1ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre “A Sinodalidade na Vida e na Missão da Igreja”.)