O sacramento da Ordem é um sacramento muito importante na vida da Igreja. Por este motivo não pode ser vivenciado de qualquer forma por aqueles que o abraçam. Nesta perspectiva, a formação presbiteral se desenvolve em um período de oito anos, tempo propício e necessário para o discernimento.
Em tempos em que a sociedade tende a um imediatismo, a formação presbiteral pode até parecer demasiado. A formação dos clérigos católicos exige um tempo maior em relação a outras profissões, isto porque ser padre é ser vocacionado do próprio Deus e enviado do Senhor. Desse modo, ser padre é ser outro Cristo no mundo, “pastor com cheiro de ovelha” e não profissional do sagrado, ou mesmo um cientista da religião.
Ademais, ser padre não é uma profissão, mas um ato de amor. Mediante um projeto tão belo inaugurado pelo próprio Jesus no interior da Igreja é necessário um tempo oportuno aos candidatos para que possam crescer de forma integral para abraçar o ministério sacerdotal.
Durante o processo formativo afim de demonstrar os passos de resposta ao chamado de Deus, existem alguns ritos que são importantes tanto para o candidato, “protagonista do processo formativo”[1], como também para o próprio Seminário que reconhece o percurso que cada seminarista vai percorrendo.
A admissão às Ordens Sacras, o rito do Leitorado e o rito do Acolitado, demarcam o tempo formativo dos seminaristas. Estes ritos são significativos e pedagógicos, de modo que, o seminarista vai percebendo a dimensão do sacerdócio que abraçará no futuro.
O rito do Leitorado confere ao candidato o ministério da Palavra. O formando que torna ministro leitor deve sentir-se responsável em testemunhar a Palavra de Deus através da sua vida e promovê-la através da catequese e outros meios. Antes de oferecer este ministério aos formandos, a Igreja no período da formação teológica, incentiva e intensifica o interesse pela Palavra, a Leitura Orante da Palavra (lectio divina), para que o seminarista tome consciência de que o sacerdote é o homem da Palavra. E é recomendável que este tempo especial de preparação para o leitorado ocorra durante o segundo ano de teologia.
Além do afeto para com as Sagradas Escrituras, o seminarista deve ter um especial zelo e amor à Eucaristia. Ela é um pilar importante na vida dos cristãos, especialmente àqueles que aceitam abraçar a tão nobre missão do sacerdócio. Ao seguir para o ano final do processo formativo, o seminarista pede o acolitado. Desse modo, a preparação para este ministério deve ocorrer de modo sistemático com conhecimento da Palavra [uma vez que este já é ministro do leitor] da Sagrada Liturgia e uma prática pastoral. Estes ministérios (Leitorato e Acolitato) antecedem o Diaconato (1ª grau do Sacramento da Ordem) e são passos importantes para os formandos.
Referência Bibliográfica
CNBB. Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil. 2ª São Paulo, Paulinas, 2011, p. 123-124 (Documento 93)