É preciso que os fiéis tenham amplo acesso à Sagrada Escritura. Os agentes da Palavra, imbuídos de um profundo amor à Sagrada Escritura, são convocados a propagar a mensagem de salvação que vem de um Deus profundamente apaixonado pela humanidade. Dentre suas preocupações, devem estar os que não têm acesso à Bíblia, de modo especial as pessoas com alguma deficiência e as não alfabetizadas. São situações bem peculiares que não podem deixar de ser observadas, pois atingem diretamente o direito à Palavra para todos, sem exclusão.
No caso das pessoas com deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) garante os direitos sociais e individuais de toda pessoa que tem alguma necessidade específica. Ocorre que o nosso país não possibilita o acesso igual à alfabetização e aos serviços sociais a que todos têm direito. Isso ocorre também entre nós. Há pessoas com deficiência visual e auditiva que necessitam de ajuda no acesso à Palavra de Deus. Se o mundo os priva de maior acessibilidade, os cristãos não podem agir da mesma forma.
Do mesmo modo, os que não tiveram acesso à escolaridade necessitam de igual atenção. Toda pessoa tem direito à leitura e à escrita, à compreensão e à transmissão do que leem. É verdade que a sabedoria não está diretamente ligada à alfabetização, mas é igualmente verdade que essa afirmação não pode justificar o descaso com a educação de um povo. Ricas e fecundas são as experiências de pessoas que aprenderam a ler com a Bíblia e para lê-la. Elas aprendem a ler por amor à Palavra.
Por isso, a Igreja é constantemente interpelada a dar oportunidade de acesso à Sagrada Escritura a todos. Os servidores da Palavra, criativamente, devem encontrar formas de acesso de todos à Palavra de Deus e incentivar toda iniciativa que favoreça a alfabetização com o uso da Bíblia, o uso de Libras e do sistema Braile. As paróquias devem disponibilizar espaços de interação e aprendizagem entre as pessoas que são excluídas do acesso à Palavra de Deus.
