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Filho: O Dom mais excelente – 7ª Parte

Filho: O Dom mais excelente – 7ª Parte

Normalmente o filho concebido, o seu nascimento, mais que parecer um compromisso que pesa, apesar da responsabilidade e do sacrifício que comporta, é da parte do novo ser, um convite à festa. Existe alegria pascal. É o verdadeiro significado da expressão de Santo Irineu: “A glória de Deus é o homem vivo”. Esta atmosfera em nada reduz a força do compromisso que o dom do filho encarna, como dignificante e inevitável responsabilidade.

No cumprimento alegre desta responsabilidade, da capacidade de responder, em primeiro lugar a Deus, se joga a própria coerência e, portanto, sua felicidade. No sacramento da reconciliação, o exercício ministerial da Igreja, que perdoa os homens de seus pecados, é coerente à sua missão profética de anunciar a verdade. Quando o Evangelho é proclamado e vem acolhido no coração, frutifica na dor saudável que prepara para receber o perdão. Só uma compaixão, que não nasce do amor cristão, pode induzir a dissimular a verdade, que fere, mas é uma ferida saudável que salva, e a amenizar as exigências morais decorrente da revelação.

Tal atitude certamente não excluirá os fiéis do sofrimento diante das próprias obras desordenadas, porém muito menos conduzirá à alegria do perdão com que Deus os acolhe como filhos que retornam à casa paterna. Estas são as características que guiaram a redação do Manual para os Confessores, preparado pelo Pontifício Conselho para a Família. Neste se apresenta seja a atitude, com a qual os ministros devem sempre acolher e exercer este sacramento, cheia de compreensão e misericórdia, seja a claridade, verdade e competência doutrinal com que devem formar e instruir a quem se encontrar desorientado no pecado.

São difundidos um prejuízo e um erro: de querer opor a verdade e a misericórdia. Uma “misericórdia” sem verdade seria uma caricatura do que Jesus confia como missão à Igreja. A Igreja não pode em nome de uma “compreensão” (mal entendida), “fechar um olho”, passar sem ver, sem denunciar, precisamente como exigência de uma verdadeira reconciliação, para tornar a encontrar o Senhor na verdade e no perdão.

O filho é um o dom para a família, que concentra a sua atenção nele e segue de coração todo o processo, desde a concepção, o nascimento, a educação, com ternura e sentido de reconhecimento, com capacidade de maravilhar-se, de surpreender-se, de descobrir, nos diversos momentos, o afirmar-se de um novo ser. Tudo isto exige uma pedagogia para que a rotina não devore o que torna harmoniosa e gratificante a missão dos esposos e a “carga” não tire a intensidade legítima da plenitude, da alegria.

Fonte: Artigo sobre “Família: Dom e Compromisso, Esperança da Humanidade” do Cardeal Alfonso Lopez Trujillo.
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