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Família: Esperança da Humanidade – 4ª Parte

Família: Esperança da Humanidade – 4ª Parte

Nas etapas finais do Ano Internacional da Família respirava-se uma atmosfera mais positiva do que negativa, com a qual se deram os primeiros passos e maior tranquilidade no trabalho em relação aquele início frenético. Surgiu um novo modo de tratar a família, por exemplo, nos Estados Unidos, já que a família tenta recuperar um interesse político.

Não podemos deixar nos levar por uma espécie de “determinismo” de sabor fatalista, derrotista, de tal forma que haja um rendimento sem luta diante do que pareceria ser uma tendência inevitável de destruição da instituição familiar. Tratando-se de uma instituição, desejada expressamente pelo Criador, não se deveria manifestar no coração dos povos e das pessoas uma busca do bem necessário para os esposos, os filhos e a sociedade?

Vimos que a família pode ser o centro das mediações sociais, e que existem mediações essenciais prontas a reconhecer e preservar a família como espaço privilegiado da humanidade e salvá-la da mesma. Revela-se, com a ajuda das ciências, uma nova imagem da “cidadania da família”, inseparável da sua missão educadora a serviço da identidade da pessoa humana. É aqui aonde seguramente temos que procurar as mais ricas possibilidades da família, sem nos apegarmos a outras formas de presença e mediações da mesma, sujeitas a outros momentos da história e a outras modalidades culturais.

Esta mediação necessária nos conduz a privilegiar a dimensão do filho, como caminho real para o resgate da instituição familiar e para o seu fortalecimento, precisamente porque os filhos são aqueles em revelam o perfil, o modo de ser e de viver em casa.

Permitam-me um parêntese. Num Congresso Mundial das Famílias, promovido pela ONU, realizado em Malta, em novembro de 1993, o principal (e era sintomático) relator convidado foi o sociólogo francês Rousell. As previsões para o futuro da família eram carregadas de sombras. Dir-se-ia que morria a esperança. No final de sua fala, o interrogaram se, de verdade, ele não via nenhuma saída, porque, assim, a humanidade caminharia para o vazio. Respondeu ele: “Começo a pensar numa luz no final do túnel e é o filho. Sim, nos filhos existe uma luz e uma saída”. Mesmo que essa “saída” não se percebe na sua obra, confesso que esta é uma pista fundamental.

É o serviço aos filhos, a atenção amorosa a eles, o que pode libertar dos tentáculos do egoísmo, que fecham tantos casais num “egoísmo a dois”, e a sociedade os asfixia com valores que provocam as crises da humanidade. Os filhos, frutos do amor, evangelizam e libertam os próprios pais, unidos em Deus, na sua vida. A missão central do casal não se opõe, mas dá plenitude ao amor conjugal, e é preservada pelos filhos de reduzir-se ao pensamento de solucionar “seus problemas”, sem deixar espaço a eles, com seus direitos e sofrimentos. Em muitos lugares a sociedade corre o risco do envelhecimento, sobretudo no espírito; mas a luz vem do alto, na nova vida que vem de Deus, vem do Senhor, o Salvador do mundo.

Fonte: Artigo sobre “Família: Dom e Compromisso, Esperança da Humanidade” do Cardeal Alfonso Lopez Trujillo.
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