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Documento final do Sínodo sobre os Jovens – 2ª Parte

Documento final do Sínodo sobre os Jovens – 2ª Parte

O documento sinodal se concentra no tema dos migrantes, “paradigma do nosso tempo”, como um fenômeno estrutural, e não uma emergência transitória. Muitos migrantes são jovens ou menores desacompanhados, fugindo da guerra, da pobreza, da violência, da perseguição política ou religiosa, de desastres naturais; e acabam se tornando vítimas de tráfico, drogas, abusos sexuais, psicológicos e físicos. A preocupação da Igreja é acima de tudo em relação a eles, na ótica de uma autêntica promoção humana que passa pela acolhida de refugiados, e seja ponto de referência para tantos jovens separados de suas famílias de origem. Mas não só: os migrantes são também uma oportunidade de enriquecimento para as comunidades e sociedades em que chegam e que podem ser revitalizados por eles. Ressoam, portanto, os verbos sinodais “acolher, proteger, promover, integrar” indicados pelo Papa Francisco para uma cultura que supere a desconfiança e o medo. Os bispos também pedem mais empenho em garantir àqueles que não desejam migrar, o direito de permanecer em seu próprio país. A atenção do Sínodo também se dirige àquelas Igrejas ameaçadas em sua existência, pela emigração forçada e pelas perseguições sofridas pelos fiéis.

É bastante ampla também a reflexão sobre os “diversos tipos de abuso” (de poder, econômicos, de consciência, sexuais) feitos por alguns sacerdotes, religiosos e leigos: nas vítimas eles provocam sofrimentos que “podem ​​durar toda a vida e aos quais nenhum arrependimento pode colocar remédio”.

Daí o apelo do Sínodo ao “firme compromisso com a adoção de rigorosas medidas de prevenção que impeçam o repetir-se, a partir da seleção e da formação daqueles a quem serão confiadas tarefas de responsabilidades e educativas”. Por conseguinte, será necessário extirpar as formas (como corrupção e clericalismo) sob as quais estes tipos de abusos estão enraizados, contrastando também a falta de responsabilidade e transparência com que muitos casos foram geridos. Ao mesmo tempo, o Sínodo se diz agradecido a todos aqueles que “têm a coragem de denunciar o mal sofrido”, porque ajudam a Igreja a “tomar consciência do que aconteceu e da necessidade de reagir com decisão”. “A misericórdia, de fato, exige a justiça”. Mas não devem ser esquecidos os numerosos leigos, sacerdotes e pessoas consagradas que a cada dia se dedicam, com honestidade, a serviço dos jovens, os quais podem verdadeiramente oferecer “uma ajuda preciosa” para uma “reforma de dimensão epocal” nesta área.

Outros temas presentes no Documento dizem respeito à família, principal ponto de referência para os jovens, primeira comunidade de fé, “Igreja doméstica”: o Sínodo chama a atenção, em particular, para o papel dos avós na educação religiosa e na transmissão da fé, e alerta para o enfraquecimento da figura paterna e para aqueles adultos que assumem estilos de vida “juvenis”. Além da família, para os jovens, a amizade com os colegas é muito importante, pois permite a partilha da fé e a ajuda recíproca no testemunho.

(5ª parte do artigo de Dom Félix “Considerações sobre a Exortação Apostólica ‘Amoris Laetitia’”).
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