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A Arte de Celebrar a Liturgia – 5ª parte

A Arte de Celebrar a Liturgia – 5ª parte

Para entender a riqueza do Missal Romano como livro da lei da oração da Igreja é preciso entender um pouco a história dos livros litúrgicos, para que, nessa história, tenhamos a noção do lugar e do papel do Missal. Podemos dividir a história em seis períodos: Tempo da improvisação; Tempo da criatividade; Tempo dos livros litúrgicos puros; Tempo dos livros mistos ou plenários; Tempo dos livros de Trento; e Tempo dos livros do Vaticano II.

O tempo da improvisação se refere aos três primeiros séculos, quando não existiam ainda os livros litúrgicos, mas apenas a Bíblia como referência de oração. Os fiéis rezavam de forma espontânea, iluminados pela vitória de Cristo sobre a morte.

Percebemos, a partir de escritos antigos, vestígios destes esquemas e desta liberdade em textos não propriamente litúrgicos, como a Didaqué, que nos dá indicações sobre o batismo, a eucaristia, a oração e o jejum. Outro testemunho válido deste período é a 1ª Apologia de São Justino, escrita no ano 150 d.C., e a Tradição Apostólica, atribuída a Hipólito, do ano 215, que é considerado o primeiro livro litúrgico da antiguidade, ainda que contenha apenas descrições de ritos litúrgicos com algumas fórmulas mais importantes: consagração dos bispos, dos presbíteros, dos diáconos, e outros ministros, esquema de oração eucarística, orações e normas para as virgens, as viúvas, oração das horas.

O tempo da criatividade inicia no século IV e se prolonga até o século VI, quando cada Igreja começa a compor e registrar por escrito seus textos litúrgicos, mesmo sem ser de forma oficial. Nessa época, a Igreja de Roma abandona o uso do grego e adota o latim. Neste período é elaborado o que hoje conhecemos como Cânon Romano ou Oração Eucarística I.

(5ª parte da sequência de reflexões sobre a “Arte de Celebrar a Liturgia”)
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