Chamados por Deus para congregar a vida de seu povo, a Celebração Eucarística reforça este chamado divino para que sejamos congregados na mesma fé, ao redor do mesmo sacrifício, ao mesmo Deus, em vista da unidade. Os ritos iniciais ensinam-nos justamente este desejo da congregação, na qual, convocados a celebrar o mistério pascal de Jesus, os irmãos se reúnem em uma comunidade festiva, formando uma assembleia, para fazer memória do sacrifício eucarístico, que somos convocados para celebrar por Deus, sob a presidência do Filho, na força do Espírito Santo.
Muitos são os gestos, palavras, sinais e símbolos que nos ajudam a viver esse momento da celebração como um importante caminho que nos levará às duas mesas, a da Palavra e da Eucaristia. Logo, a convocação se torna um ponto de partida. Desde as primeiras experiências do povo de Deus, nota-se que foram convocados a celebrar Seu santo nome e, desta maneira, abstrair daí uma fonte de espiritualidade, pois “a finalidade dos ritos iniciais é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia” (IGMR, 46).
A assembleia, ou seja, a comunidade reunida, é o lugar do encontro com Deus, pois o próprio Jesus nos ensinou que, onde dois ou mais estivessem reunidos em seu nome, lá Ele estaria (Mt 18,20). Dessa forma, o rito celebrado traz consigo um desejo de unidade, pois ele exerce um papel fundamental de unidade para a comunidade reunida celebrar e colocar em ato o Mistério Pascal. Por meio dele, pouco a pouco, a comunidade cristã congregada vai adentrando o coração do Mistério. É o rito que estabelece o diálogo entre Deus e o seu povo, diálogo que se construirá por maio de palavras, sinais, símbolos e gestos. Aqui, devemos recordar que a arte de celebrar bem o culto cristão, apresenta-se como o meio salutar para encontrarmos a resposta, em assembleia, do significado do culto cristão.
Alguns elementos fundamentais dos ritos iniciais são: o canto de entrada, que simboliza a introdução ao mistério celebrado naquela liturgia, de forma que, congregados em Cristo, sejamos um único corpo que caminha, como expresso na procissão de entrada, “lembrando a caminhada do povo da antiga Aliança rumo à terra prometida” (IGMR, 43), que nos conduz a mesa eucarística. Uma vez congregados, somos acolhidos pela Trindade, que nos introduz no mistério de nossa fé por meio do sinal da cruz, sinal de salvação e marco de nossa fé.