Quando falamos da Liturgia da Palavra, é válido ressaltar que não estamos nos referindo apenas à Escritura em si, mas da Palavra de Deus. A Igreja põe diante dos nossos olhos a Palavra de Deus como fonte, fundamento e horizonte interpretativo da própria existência e identidade. Logo, não se trata apenas de um momento em que a Palavra é lida e meditada, mas de um momento em que a Palavra é acolhida em clima de oração pela assembleia, que se torna testemunha viva da Palavra rezada. É o momento em que Deus fala à Sua Igreja; por isso, tal veneração precisa ser dada à Palavra de Deus, que é Deus.
A proclamação da Palavra de Deus deve ser sempre concomitante com a atitude de oração, pois ela anuncia a História da Salvação e a liturgia, celebrando a Palavra, realiza o Mistério da Salvação (Cristo) contido nela e por ela transmitido. Assim, a liturgia e a Escritura precisam ser compreendidas à luz do princípio supremo da unidade do mistério de Cristo nos dois testamentos e em toda a história da salvação.
Falamos então de uma Palavra proclamada, cuja ordem é regida pelo nº 357 da IGMR: Aos domingos e Solenidades sejam feitas a Primeira leitura (do AT – com exceções); o Salmo responsorial; a Segunda leitura (do NT); a Sequência (quando prevista); a Aclamação antes da proclamação do Evangelho; a Terceira leitura que é o Evangelho; a Homilia, a profissão de fé e a oração universal. Quanto às Festas, memórias e dias feriais recomenda-se que se faça a Primeira leitura; o Salmo Responsorial; a Aclamação antes da proclamação do Evangelho; a Homilia e a Oração universal são facultativas, mas muito recomendadas.
As leituras devem ser feitas sempre no ambão, ou seja, na verdadeira mesa da Palavra. As leituras são sempre estruturadas de modo que um único livro litúrgico apresente os fatos e palavras principais da história da salvação, tomando-os da Sagrada escritura, de tal modo que essa história apareça diante dos fiéis como algo que tem uma continuidade atual. De forma que essas palavras manifestem e modelem, sempre, a estrutura determinada de forma coerente o tempo litúrgico que estão vivendo.