Quando uma pessoa se vê diante do sofrimento, a pergunta quase sempre é inevitável: Qual a finalidade e o sentido da dor e do sofrimento? Por que isso tinha de acontecer? Por que Deus me abandonou? Falar da dor e do sofrimento significa perguntar que comportamento assumir diante dessa realidade tão humana, mas que preocupa grande parte da humanidade. A dor é uma sensação negativa, uma percepção e, portanto, um sentimento vindo de algum dano sofrido pelo corpo. Uma pessoa se encontra com a dor, não a procura. A doença a precede e a acolhe e, assim, a pessoa se encontra ferida. Em outras palavras: ninguém pede para ficar doente ou busca a doença. O ser humano de todo tempo e cultura sempre procurou e procura uma resposta ao sentido do sofrimento humano, em especial.
Por isso, ao falar da doença e da morte, perguntamo-nos qual atitude assumir diante do sofrimento e no sofrimento.
No plano biológico, a dor representa o sinal de qualquer coisa que não está bem no organismo. Nesse sentido, a dor toca como uma campainha que indica a ruptura da harmonia.
A remoção da dor é uma atitude comum na sociedade do bem-estar. A dor dá medo, cria angústia, e o medo da própria dor destrói.
Procura-se a eliminação da dor mediante o uso de medicamentos que combatem a doença ou a administração de analgésicos. Quando ambos se revelam inadequados, procura-se eliminar a dor através da eutanásia ou do suicídio.
A convivência com a dor é uma atitude madura diante de uma doença que não se pode superar, ou de uma morte que vem inexoravelmente ao encontro. Também quem sofre assim pode realizar-se e viver a própria dignidade. Mas, para entender o sentido da dor, é preciso estar seguro de que qualquer coisa existe e resiste além dela, e que em uma ordem de valores absolutos a dor é relativa.
O sofrimento do doente terminal não é apenas aquele físico causado pela doença, mas também aquele psicológico provocado pelo conflito entre o valor da própria vida, que segue seu curso, e um sofrimento difícil de aceitar. Diante do sofrimento do doente terminal, podem ser assumidas três atitudes: a eutanásia, a insistência terapêutica e os tratamentos paliativos e de sustentação.