“Sabeis distinguir o aspecto do céu, mas não reconheceis os sinais dos tempos” (Mt 16,3). Para viver a missão é necessário que a Igreja saiba investigar “os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo adaptado em cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da vida futura, e da relação entre ambas. Por isso, é necessário conhecer e compreender o mundo em que vivemos, as suas esperanças e aspirações, e o seu caráter tantas vezes dramático” (GS 4).
Reconhecemos os sinais esperançosos que marcam nossa evangelização. Em nossas comunidades muitos fiéis se reúnem para santificar o Dia do Senhor na Celebração da Eucaristia presidida por bispos e presbíteros ou na Celebração da Palavra presidida por diáconos e ministros leigos.
Há um significativo número de cristãos leigos e leigas que colabora diariamente nas comunidades eclesiais, assumindo a missão evangelizadora por meio das pastorais, dos movimentos e de toda a estrutura pastoral da paróquia, áreas missionárias e comunidades eclesiais. Merece destaque a grande quantidade de mulheres dedicadas ao apostolado para manter viva a chama da fé, na catequese, na visita aos enfermos, na liturgia, na caridade e no suporte das comunidades. Na verdade, grande parte de seu apostolado realiza-se propriamente em lugares onde, não fosse por seu anúncio, a mensagem do Evangelho não chegaria. São esses os lugares da vida cotidiana: o trabalho, a família, o mundo da política, da educação e o mundo digital. Sua missão nestes lugares é um aspecto da Igreja em saída.
Precisamos reconhecer o valor da piedade popular do povo brasileiro, sobretudo nos santuários marianos. Nesses lugares, são os pobres os principais romeiros e devotos, que compreendem o quanto a vida depende de Deus e testemunham o quanto se sentem acompanhados pela mão terna do Senhor. Os pobres nos evangelizam e são evangelizados nas mais diversas expressões de sua fé simples e nas manifestações de sua religiosidade.
Brilha também o testemunho de sinodalidade de ministros ordenados que vivem seu ministério como serviço à Igreja, de maneira dialogal, participativa, comprometidos com uma espiritualidade encarnada da escuta. Fazem das comunidades terras de missão, onde o anúncio de Jesus Cristo se faz, mais do que por palavras, pelo testemunho de uma vida coerente com o Evangelho e com os propósitos específicos de seu ministério.
(7ª parte da sequência de artigos sobre a “Ação Evangelizadora da Igreja” | Fonte: Instrumentum Laboris 2 das DGAE 2025).