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A gratidão aos ancestrais – Parte 2

A gratidão aos ancestrais – Parte 2

Olá! Espero que você esteja bem!
Na primeira parte deste artigo tratamos da importância de não pensar que a efemeridade de nosso tempo seja capaz de anular os laços que nos ligam a nossos ancestrais. Concluímos que a ancestralidade não nos predestina, mas não são passageiras ou transitórias as ligações que temos com ela.

Nesta parte do artigo proponho refletir sobre o risco do anacronismo quando se está diante do tema ancestralidade. O anacronismo consiste em julgar fatos e situações de um tempo com critérios de outro tempo, logo, em nossa reflexão, é anacrônico o julgamento do passado com as referências do presente.

Muita gente vive presa ao passado por não compreender que as pessoas se encontravam em situações e circunstâncias diferentes, e muitas vezes inacessíveis, a quem está no presente.

Não é possível fazer um juízo absolutamente seguro do passado, sobretudo quando se usa os parâmetros do presente; não é possível compreender as razões que motivaram as ações do passado usando os pesos e as medidas do presente. Cada instante da vida disponibiliza uma imensidade de possibilidades inacessíveis, muitas vezes, a quem não vivenciou as situações reais.

Olhar para o passado requer a sensibilidade e a decisão de aceitar que nossos ancestrais fizeram o que deram conta de fazer; fizeram o possível para eles naquele momento; fizeram o que fizeram e ponto; trouxeram a história até aqui e nos entregaram para dar continuidade. Assim, compete a cada um de nós, aprender sem condenar e fazer nosso melhor.
A melhor forma de lidar com a ancestralidade, como dissemos na parte 1 deste artigo, é a gratidão. A gratidão é um sentimento e uma atitude. Enquanto sentimento a gratidão brota no coração e na vida como sinal de alegria e contentamento com o que se recebe ou com o que se alcança. Para o sentimento de gratidão que brota na vida, não importa a intensidade do esforço feito para alcançar alguma coisa – pode-se ter feito nenhum esforço ou muito esforço o sentimento de gratidão aparece e envolve a quem está grato, que passa a irradiar a luz da gratidão.

Enquanto atitude, a gratidão deve ser cultivada de forma consciente, portanto é uma decisão a ser tomada e mantida por cada pessoa em todos os momentos da vida. A gratidão é uma forma de interpretar que pode ser aprendida, treinada e aperfeiçoada, ou seja, é possível se tornar mais grato a cada dia.

Concluindo: Olhe para suas ancestralidades com gratidão: Foram elas que permitiram a você estar aqui. Acolha as lições e os passos que trouxeram você ao presente. Assuma o que for seu e deixe ir o que não lhe pertencer. Evite julgar e diga sempre: Obrigado pelo que me deram; daqui para frente é comigo! Eu assumo.

José Luciano Gabriel – Diácono Permanente da Diocese de Governador Valadares. Advogado. Professor. www.jlgabriel.com.br
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