Ao explicar a Parábola do Semeador, assim fala Jesus sobre as sementes que caíram em bom terreno: “O que foi semeado na terra boa é quem ouve a palavra e a entende; esse produz fruto: um cem, outro sessenta, outro trinta”. A capacidade de acolhida é a questão fundamental. Como preparar a terra para que acolha a semente? Quais meios podem ser oferecidos na Igreja para que a Palavra de Deus seja ouvida e entendida, produzindo os frutos da presença do Reino de Deus: justiça e paz e alegria no Espírito Santo?
Num Brasil cada vez mais urbano, o modo melhor para acolher a palavra do Reino são os pequenos grupos, com forte sentimento comunitário e dinamismo missionário. Nas atuais Diretrizes faz-se a opção por Comunidades Eclesiais Missionárias. A própria Palavra de Deus convoca, reunindo as pessoas, resgatando-as do individualismo, da indiferença e da solidão tão marcantes na cultura urbana. O Pão da Palavra, unido ao Pão da Liturgia e Espiritualidade e ao Pão da Caridade, dão a essas pequenas comunidades a identidade eclesial, o testemunho atraente e o vigor para a Ação Missionária.
A pequena comunidade, reproduzindo a experiência de Jesus Cristo com os Doze, dispõe o ambiente para a acolhida da Palavra, por ser um lugar de relacionamentos, onde o falar e o ouvir são dinamismos constitutivos do grupo. É a Palavra de Deus que edifica a pessoa e a comunidade. Ela é uma coluna que sustenta, mas também é moradora que acolhe e convive: “Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que foi feito. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós”. Desse modo a casa-comunidade é reconhecida como Casa da Palavra.