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ABORTO – Independente do jurídico é necessário acolher a vida

ABORTO – Independente do jurídico é necessário acolher a vida

Apesar de se reconhecer a importância das normas jurídicas para a convivência ordenada duma sociedade e para a solução do problema do aborto, temos que voltar nossas forças para a conscientização cristã com mais intensidade, pois já podemos ver que, no âmbito jurídico, alguns casos já não são possíveis resolver, infelizmente. Volto a afirmar que se faz necessária, então, uma ação educativa mais ampla e profunda, capaz de gerar e sustentar uma forte consciência humana e cristã frente ao dever de respeitar e promover a vida humana e, em particular, a vida não nascida.

Cito, aqui, uma palavra de Nosso Senhor que pode nos iluminar, guiar e aumentar nosso empenho em favor da vida: “Quem acolhe uma destas crianças em meu nome, é a mim que acolhe” (Mc 9, 37).É confiada a nós a tarefa de “tornar possível, sempre e em qualquer lado, para qualquer criança que venha a este mundo, um acolhimento digno do humano” (Declaração sobre o aborto provocado, 23), considerando como imagem viva do “Filho do homem”.O dever, ao mesmo tempo humano e cristão, do “acolhimento” configura-se, sobretudo na sociedade atual, em: acolher, dar espaço a qualquer homem que vem a este mundo, com a consciência de que ali está um filho de Deus desde SEMPRE amado pelo Pai (cf. Ef 1, 4) e um irmão em Jesus Cristo.

Vivendo este acolhimento, inspirado em Cristo e na justiça em favor do homem, os cristãos oferecerão o testemunho duma mentalidade e conduta respeitadoras da vida e atentas às dificuldades dos outros. Esta receita gerará frutos para a vida, independente daquilo que estiver legalizado no âmbito jurídico. Volto a afirmar que não desfaço da importância das normas, mas formar consciências cristãs deve independer disso. A Igreja sempre buscou testemunhar a sua fé na decorrer da história, independente do Estado (com suas normas) na qual está inserida.Não nos esqueçamos, de modo particular, da importância das ações que envolvem a educação moral, politica familiar e social. “É necessário pôr em marcha uma série de iniciativas para fazer frente ao problema da gravidez indesejada no matrimônio, tais como: verdadeira educação sexual e de preparação para o matrimônio, de maneira a formar para o autêntico sentido de paternidade responsável e maternidade, indicações claras acerca dos métodos de regulação dos nascimentos conformes com a declaração da Igreja acerca da moralidade conjugal, multiplicação dos consultores pré-matrimoniais e matrimoniais, acessíveis e disponíveis para todos” (O direito de nascer, 11).

Para as situações angustiantes (tais como a violência sofrida, a idade muito jovem, o perigo grave da mãe, o diagnóstico precoce das deformidades do nascituro, entre outras) a consciência será adquirida se a pessoa encontrar uma ajuda consistente e real “numa política familiar corajosa, que tenha, entre outros, esses objetivos inadiáveis: um plano de educação para a responsabilidade amadurecida frente ao problema da procriação, maior proteção da grávida em dificuldades, assistência adequada à maternidade de risco, socorro pronto e qualificado aos menores malformados ou sofredores, politica da habitação particularmente atenta às condições dos desfavorecidos”, empenho econômico e social capaz de garantir emprego e rendimento para todos.Um modo peculiar de ir ao encontro de tais situações é também a prática da “adoção especial”, que oferece um testemunho evangélico de amor para com a vida que nasce e de compreensão fraterna por quem está em dificuldade.

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