Seria bom, se nossa passagem por este mundo, fosse para amar e servir. Melhor ainda, se não criticássemos, nem julgássemos nossos semelhantes. Mas, se decidirmos julgar e condenar, deveríamos fazer uma autocrítica, antes de criticar ou censurar alguém. Como é possível eu ver um minúsculo cisco no olho do irmão, mas não enxergar o enorme tronco de árvore que está no meu? Se os olhos são o espelho da alma, quem me olha vê luz ou escuridão, acolhimento ou condenação, bondade ou maldade? Estou sendo sal, para dar sabor ou elevar a pressão até dos não hipertensos? Estou sendo luz para iluminar caminhos ou cegar pessoas? Espalho os erros e pecados dos outros, mas escondo os meus, para tentar passar uma imagem de perfeição e santidade? É fora da igreja, que precisamos testemunhar, com a vida, a verdade que lá escutamos. O Corpo e Sangue de Cristo que comungamos é remédio, remédio para a alma e nos impulsiona a amar, acolher, perdoar, respeitar e servir, especialmente em casa e no ambiente de trabalho.
Ao invés de fazermos um esforço, para conviver o mais harmoniosamente possível, por vezes preferimos atacar, porque é mais fácil apontar o dedo e mostrar os erros de nossos semelhantes, do que reconhecer, humildemente, nossas falhas e limitações. Queremos ser compreendidos, mas raramente compreendemos. Queremos viver em paz, mas iniciamos discussões intermináveis, porque achamos que sabemos tudo e somos o poço da perfeição. Quanta gente se justifica, e põe a culpa do que fez errado nos outros, nas circunstâncias e até ousam imputá-la a Deus. Xinguei, porque me xingaram; perdi a paciência, porque estou sentindo dores; revidei, porque me feriram primeiramente, não fiz o bem, porque ninguém o fez…
Culpamos quem abriu um buraco no chão, ao invés de observarmos por onde estamos caminhando e, muitas vezes, são caminhos obscuros e perigosos, que levam à perdição e à morte. Temos certeza de que somente nossos problemas são importantes, não nos compadecemos com quem sofre, não respeitamos o limite do outro e avançamos com cinco pedras na mão, quando não fazem o que queremos. Hoje é o dia, para aprender a respeitar, amar e perdoar. É o tempo propício para olhar o seu interior e descobrir que você tem muito o que mudar. Para mudar o mundo comece convertendo seu coração.
E lembre-se: Deus é amor, sempre amor! Ele não nos castiga. Às vezes, comemos os amargos frutos nascidos das sementes pecaminosas que nós mesmos semeamos, mas preferimos atribuir ao inimigo as consequências sofridas por nossas próprias más escolhas e ações. O maligno tenta nos aprisionar e engolir, há dor e tristeza, mas o cristão carrega sua cruz, não foge nem reclama das adversidades desta vida, porque tem a certeza de que é sustentado pela fé em Jesus, é pecador e está neste mundo só de passagem. Tem consciência de suas fraquezas e limitações; por isso, deposita toda a sua confiança no Senhor. Quem planta vento colhe tempestade, furacão, poeira, lixo, desordem… Comece a semear amor e bondade, acolhimento e partilha, esperança e paz. Ainda que você não colha os frutos, alguém os colherá. Para melhorar o mundo é preciso cultivar o bem, mesmo que, ao invés de você, um desconhecido seja alimentado. Ame e sirva, é gratificante!