Existem, na Igreja, várias vocações. A maioria é chamada a viver como Cristãos Leigos, outros a vida matrimonial, outros a vida religiosa, outros ainda a vida sacerdotal. Não importa qual o chamado que recebemos do Senhor, o fundamental mesmo é que saibamos cultivar, diariamente, a vocação recebida.
Não pretendo aqui falar de todas as vocações, gostaria apenas de falar sobre a vocação ao sacerdócio. “Fui feito ministro do Evangelho pelo dom da Graça de Deus” (Ef 3, 7). Isto é, a história do nosso sacerdócio começa por um chamado divino, como aconteceu com os apóstolos: “não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”. Nós nos tornamos ministros do Evangelho não por causa de nossas qualidades, mas pelo dom da graça de Deus.
“A nossa vocação ao Sacerdócio é um sinal de que somos amados por Deus com um amor de predileção. Escolhendo-nos entre tantos irmãos, Ele nos chama a participar de um modo especial de sua amizade: ‘já não vos chamo servos, mas amigos, por que vos dei a conhecer tudo que ouvi de meu pai’ (Jo 15, 15). Este amor de predileção que Cristo tem por nós, como qualquer outro amor, exige de nossa parte a correspondência. Isto fica bem claro no diálogo de Cristo com Pedro após a ressurreição, em que Ele coloca a Pedro a questão fundamental sobre o amor: ‘Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?’ Só depois que Pedro responde afirmativamente e, por três vezes, que o amava mais do que os outros, é que Cristo lhe entrega a missão: ‘apascente os meus cordeiros’”.
Dom Félix
Fonte: Artigo “A Amizade com Jesus na Palavra e na Eucaristia” (28ª Parte).