Sentido da Oração pelos Fiéis Defuntos
O Dia de Finados é celebrado pelos católicos para lembrar os fiéis defuntos que foram morar na eternidade e também rezar por aqueles que padecem no Purgatório.
Muitos gostam de visitar os cemitérios para deixar flores e acender velas por seus mortos; outros preferem participar da Missa ou só fazer uma prece na intenção deles. O importante nesse momento não é o ritual ou a forma, mas a lembrança que habita o coração de todo ser humano.
Finados não deve ser um dia triste, mas um dia para olhar para trás e lembrar os bons momentos que ficaram registrados no coração. Mas também é momento para refletir o que professamos todo domingo no Credo: “Espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir”. Afinal, o curso natural da vida é a morte. Para o cristão, a morte é a passagem à vida eterna, na qual estaremos em plena comunhão com Deus.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que, graças a Cristo, a morte tem um sentido positivo. “Para mim, a vida é Cristo, e morrer é lucro”. “Fiel é esta palavra: se com Ele morremos, com Ele viveremos”. A novidade essencial da morte para o cristão é que, pelo Batismo, já estamos sacramentalmente “mortos com Cristo”, para vivermos uma vida nova; e, se morrermos na graça de Cristo, a morte física consuma este “morrer com Cristo” e completa, assim, nossa incorporação a Ele em seu ato redentor.
Cremação do cadáver e conservação das cinzas
Em todo lugar, os cemitérios recebem milhares de pessoas que vão visitar seus entes queridos. Missas são programadas para esse dia. Esta prática consta no Catecismo da Igreja Católica: “Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade, na fé e esperança da ressurreição. O enterro dos mortos é uma obra de misericórdia corporal que honra os filhos de Deus, templos do Espírito Santo”.
A norma eclesiástica vigente em matéria de cremação de cadáveres é regulada pelo Código de Direito Canônico: “A Igreja recomenda vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar os corpos dos defuntos; mas não proíbe a cremação, a não ser que tenha sido preferida por razões contrárias à doutrina cristã”.
“Quaisquer que sejam as motivações legítimas que levaram à escolha da cremação do cadáver, as cinzas do defunto devem ser conservadas, por norma, num lugar sagrado, isto é, no cemitério ou, se for o caso, numa igreja ou num lugar especialmente dedicado a esse fim determinado pela autoridade eclesiástica”.
A conservação das cinzas em casa não é consentida. As cinzas, no entanto, não podem ser divididas entre os vários núcleos familiares e deve ser sempre assegurado o respeito e as adequadas condições de conservação das mesmas.
Para evitar qualquer tipo de equívoco panteísta, naturalista ou niilista, não é permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água ou, ainda, em qualquer outro lugar. Exclui-se, ainda, a conservação das cinzas cremadas sob a forma de recordação comemorativa em peças de joalharia ou em outros objetos.