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Documento final do Sínodo sobre os Jovens – 4ª Parte

Documento final do Sínodo sobre os Jovens – 4ª Parte

Outra “bússola segura” para a juventude é a missão, dom de si que leva a uma felicidade verdadeira e duradoura: Jesus, de fato, não tira a liberdade, mas a liberta, porque a verdadeira liberdade só é possível em relação à verdade e à caridade. Intimamente relacionado com o conceito de missão, está aquele da vocação: cada vida é vocação em relação com Deus, não é fruto do acaso ou um bem privado para gerir por conta própria; e cada vocação batismal é um chamado feito a todos para a santidade. Para isso, cada um deve viver a própria vocação específica em cada área: na profissão, na família, na vida consagrada, no ministério ordenado e no diaconato permanente, que representa um “recurso” a ser ainda desenvolvido mais plenamente.

Acompanhar é uma missão para a Igreja a ser realizada em um nível pessoal e de grupo: num mundo “caracterizado por um pluralismo sempre mais evidente e por uma disponibilidade de opções cada vez mais ampla,” buscar junto com os jovens um percurso voltado a fazer escolhas definitivas é um serviço necessário. Os destinatários são todos os jovens: seminaristas, sacerdotes ou religiosos em formação, noivos e recém-casados ​​envolvidos. A comunidade eclesial é lugar de relações e o contexto em que na celebração eucarística os jovens são tocados, instruídos e curados pelo próprio Jesus. O Documento Final enfatiza a importância do Sacramento da Reconciliação na vida de fé; para isso, ele encoraja pais, professores, lideranças, animadores, sacerdotes e educadores a ajudarem os jovens, por meio da Doutrina Social da Igreja, a assumir responsabilidades no âmbito profissional e sócio-político. O desafio, em sociedades cada vez mais interculturais e plurirreligiosas, é indicar na relação com a diversidade uma oportunidade para a comunhão fraterna e o enriquecimento mútuo.

O Sínodo, portanto, promove um acompanhamento integral centrado na oração e no trabalho interior que valorize também a contribuição da psicologia e da psicoterapia, quando abertas à transcendência. “O celibato pelo Reino” deve ser entendido como um “dom a ser reconhecido e verificado na liberdade, alegria, gratuidade e humildade”, antes da escolha definitiva. Que se invista e aposte em acompanhadores de qualidade: pessoas equilibradas, de escuta, de fé e de oração, que tenham se deparado com as próprias fraquezas e fragilidades, e, por isso, sejam acolhedoras “sem moralismos e sem falsas indulgências”, sabendo corrigir fraternalmente, longe de comportamentos possessivos e manipuladores. Esse profundo respeito será a melhor garantia contra os riscos de plágio e abusos de quaisquer tipos.

A Igreja é o ambiente para discernir e a consciência é o lugar onde se colhe o fruto do encontro e da comunhão com Cristo: o discernimento, por meio de “um regular confronto com um diretor espiritual”, apresenta-se, portanto, como o sincero trabalho de consciência, “pode ser entendido somente como autêntica forma de oração” e “requer a coragem de empenhar-se na luta espiritual”. Banco de prova das decisões assumidas é a vida fraterna e o serviço aos pobres. De fato, os jovens são sensíveis à dimensão do serviço, da diakonia.

(7ª parte do artigo de Dom Félix “Considerações sobre a Exortação Apostólica ‘Amoris Laetitia’”).
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