Ensina o Catecismo da Igreja Católica que “a família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural em que o homem e a mulher são chamados ao dom de si mesmos no amor. A vida familiar é fundamento da sociedade e iniciação na mesma” (CIC 2207).
Nesta necessária dimensão não devo prolongar-me, já que foi tratado em outros momentos e reflexões. Limito-me só a algumas considerações de caráter geral.
O Concílio já sublinhava, no começo do capítulo “Dignidade do matrimônio e da família” que “a salvação da pessoa e da sociedade humana e cristã está diretamente ligada a uma favorável situação da comunhão conjugal e familiar” (GS 47). E, mais adiante, com palavras não menos expressivas, declara: “Porque é o próprio Deus o autor do matrimônio, dotado de muitíssimos bens e fins vários, tudo isso é de suma importância para a continuação do gênero humano, para a perfeição e o destino eterno de cada membro da família, para a dignidade, estabilidade, paz e prosperidade da mesma família e de toda a sociedade humana” (GS 48). A família é um dom para a sociedade e exige desta um adequado reconhecimento e apoio, e das famílias espera-se o assumir de sua missão política.
A Exortação Apostólica Familiaris Consortio dedica o Capítulo III, da terceira parte, à “participação no desenvolvimento da sociedade” (FC 42-48), pois a família, “célula primária e vital da sociedade” (AA 11), possui vínculos vitais e orgânicos com a sociedade, porque constitui seu fundamento e alimento contínuo mediante a sua função de serviço à vida. Assim, “longe de fechar-se em si mesma, a família abre-se às demais famílias e à sociedade, assumindo sua função social” (FC 42).