A cada domingo de agosto, a Igreja enfatiza a importância de nos abrirmos ao chamado do Senhor, por meio de uma vocação. No primeiro, rezamos pelas vocações sacerdotais e somos convidados a estar sempre em oração pelo clero, para que cada ministro ordenado seja semelhante a Jesus, testemunhe e pratique o amor e a misericórdia de Deus. Já no segundo, a vocação à vida familiar é o foco, pois a família é a escola, onde os valores cristãos precisam ser ensinados e aprendidos. O terceiro domingo nos faz um convite para que intercedamos pelos religiosos e consagrados, que se abriram ao apelo à vida consagrada e exercem, a serviço de Deus, funções pastorais, eclesiásticas, humanitárias. O quarto domingo é reservado às vocações leigas, aos batizados que se disponibilizam a crescer na fé e participam de grupos, movimentos, pastorais e ministérios, exercendo a caridade e o acolhimento, a misericórdia e o perdão. Se o mês de agosto tiver cinco domingos, no quinto comemora-se o dia do catequista, daquele que generosamente anuncia a Palavra de Deus e testemunha os ensinamentos de Jesus.
Independentemente da vocação, todos somos convidados à santidade, chamados à oração de intercessão e à conversão diária, para que sejamos “sal da terra e luz do mundo”, anunciando a Boa Nova e denunciando as injustiças. Você já descobriu qual é a sua vocação? Já silenciou seu coração para que consiga escutar o chamado de Jesus? Estamos cansados, estressados e desanimados, por causa do isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, por causa do aumento da violência e da crueldade, pela dor da enfermidade e do luto, pelo desemprego e por tantos outros motivos. Porém, o vocacionado não para de exercer suas tarefas, por medo do mal que existe neste mundo nem por causa das adversidades e provações, pois sabe que Cristo caminha com ele, orienta, fortalece, ilumina e conduz. Mesmo correndo riscos, até de perder a vida, ele não desiste da missão. Os dons recebidos são colocados a serviço do reino de justiça, amor e paz. Abre-se para ouvir o chamado e abandonar tudo que o afasta de fazer a vontade de Deus. Não se compare a outra pessoa e nem pense que seu chamado é menos importante: todas as pessoas são essenciais, todos os dons são indispensáveis.
Será que estou sendo verdadeiramente fiel ao chamado que recebi e estou realmente doando minha vida a serviço do reino de Deus? Sou cristão somente dentro do templo físico, de louvor e adoração ao Senhor? Tenho tentado ouvir o irmão que sofre ou só falo das adversidades pelas quais passo, por achar que meus problemas são mais difíceis e minhas dores são mais intensas do que de qualquer outro ser humano? Audaciosamente, afirmo que somente eu sou santa e merecedora da salvação? Assumo a função de julgar e condenar meus semelhantes, ao invés de misericordiosamente acolher, perdoar e amar? Relacionamentos estão ficando cada dia mais difíceis e desgastados, por causa daqueles que dizem seguir Jesus, mas não perdem uma oportunidade de ferir e magoar as pessoas. Muitos exercitam a maldade, mascarando-a de crítica construtiva. Outros, comparam sua vida e sua família, denegrindo os outros e enaltecendo somente seus familiares. Nunca motivam, porque gastam o tempo para atacar, humilhar e caluniar quem crê e testemunha Jesus em igrejas com denominações diferentes das deles, quem torce para time de futebol rival, quem defende político de estimação da oposição. Que aprendamos a valorizar o que nos une: Jesus Cristo! Que o amor seja nossa vocação! Se não acordarmos a tempo, passaremos nossos dias neste mundo focalizando as diferenças, ao invés de respeitá-las, ou discutindo com as pessoas, ao invés de amá-las.