Nas relações com as pessoas, Jesus costuma fazer perguntas. Os evangelhos documentam mais de duzentas perguntas feitas por Jesus (umas 150 que ele recebe). Alguns exemplos: É permitido em dia de sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou deixá-la perecer? Como pode satanás expulsar satanás? Quem é minha mãe? Quem são os meus irmãos? Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus só. Quem fostes ver no deserto? Aos apóstolos: Vós ainda não entendeis? Vós também quereis ir embora? Por que reparas o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave no teu próprio olho? Simão, tenho algo para te dizer (e conta a parábola dos dois devedores), e encerra: Qual deles o amará mais? Hipócritas! Sabeis avaliar o aspecto da terra e do céu e não sabeis avaliar o tempo presente? Dizei-me: o Batismo de João era do céu ou dos homens?
Com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição, vamos sair ao seu encontro, procurando não nos deixar extraviar por qualquer espécie de doutrina estranha, mas com o coração fortificado pela graça. Assim, poderemos não nos conformar com este mundo, mas nos transformar, pela renovação da mente, e distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito, e levar uma vida digna da vocação que recebemos. Nossa vocação cristã se fundamenta no Batismo que nos sepultou na morte de Cristo para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos por meio da glória do Pai, assim também nós caminhemos numa vida nova.
Essas essenciais referências evangélicas nos recordam os critérios não negociáveis para ser discípulos e discípulas de Jesus. A experiência ensina que, quanto mais se caminha na vida, as tentações se tornam mais fortes e camufladas. Por isso, é preciso discernimento permanente para descobrir as armadilhas do inimigo e sermos perseverantes no seguimento do Senhor.