O método ver-julgar-agir precisa ser vivenciado a partir de um lugar especial: o de discípulos missionários. É com o olhar de discípulo missionário de Cristo que o cristão vê a realidade, capta o que está acontecendo e busca na Palavra de Deus iluminação para melhor compreender e agir.
O método ver-julgar-agir tem sido aplicado com muitos frutos. Ele tem impulsionado ao compromisso evangélico diante de muitas situações, em especial as mais sofridas. Com seus três passos característicos, nos faz ter o coração no alto, sem dúvida, mas com os pés no chão. Ele nos convida a: olhar a realidade; buscar na Palavra de Deus a iluminação para avaliar a realidade; discernir os caminhos a serem seguidos para transformar a realidade. Esse é um processo a ser colocado em prática ao longo de toda a vida por pessoas e comunidades. É um caminho aberto, sempre crescente. É o caminho do discipulado missionário, caminho de quem sabe captar a vida, com todos os seus desafios, e sabe igualmente ouvir a Palavra de Deus, com sua riqueza que sempre ultrapassa nossas compreensões.
Por isso, não devemos compreender a leitura orante e o método ver-julgar-agir como opostos entre si. Ambos são caminhos importantes para o acolhimento da Palavra de Deus. A dificuldade não se encontra nos caminhos, mas nos caminhantes. Se, por um lado, é verdade que o caminho se faz caminhando, por outro, não adianta a quem caminha desejar que a estrada seja apenas desse ou daquele modo. É preciso estar aberto para o jeito como a estrada se manifesta. Há momentos de subida e outros de descida. Há retas e curvas. Há túneis e pontes. O caminho é rico. Importa caminhar. Por isso, a autêntica animação bíblica da vida e da pastoral pede a capacidade de integrar e articular os diferentes caminhos de contato com a Palavra de Deus, para que ela ilumine toda a realidade: pessoal, comunitária e socioambiental.