Em resposta ao pedido dos seus discípulos, “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11, 1), Jesus confia-lhes a oração cristã fundamental do “Pai-nosso”.
O Pai Nosso é o resumo de todo o Evangelho, a mais perfeita das orações. Está no centro da Sagrada Escritura. É chamada “Oração Dominical”, porque nos vem do Senhor Jesus, mestre e modelo da nossa oração.
A Oração Dominical é a oração da Igreja por excelência. Faz parte integrante das “horas” principais do Ofício Divino e dos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia. Integrada na Eucaristia, manifesta o caráter “escatológico” das suas petições, na esperança do Senhor, “até que Ele venha” (1 Cor 11, 26).
A confiança simples e fiel, a segurança humilde e alegre são as disposições que convêm a quem reza o Pai-Nosso. Podemos invocar Deus como “Pai”, porque no-Lo revelou o Filho de Deus feito homem, em quem, pelo Batismo, somos incorporados e adotados como filhos de Deus.
A oração do Senhor põe-nos em comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. E, ao mesmo tempo, revela-nos a nós mesmos. Rezar ao nosso Pai deve fazer crescer em nós a vontade de nos parecermos com Ele e criar em nós um coração humilde e confiante.
Ao dizermos Pai “nosso”, invocamos a Nova Aliança em Jesus Cristo, a comunhão com a Santíssima Trindade e a caridade divina que, através da Igreja, se estende às dimensões do mundo.
A expressão “que estais nos céus” não designa um lugar, mas o poder de Deus e sua presença no coração dos justos. O céu constitui a verdadeira pátria, para onde caminhamos e à qual desde já pertencemos.
Dom Antônio Carlos Félix, Bispo Diocesano