Os transplantes de órgãos vêm provocando inúmeros questionamentos éticos acerca da origem, da forma de obtenção do material a ser transplantado, bem como do tipo de procedimento a ser realizado. No que diz respeito à origem, os órgãos podem ser oriundos de: outras espécies animais; de seres humanos vivos; ou, ainda, de mortos (de cadáver).
A medicina dos transplantes há muitos anos já saiu da fase experimental. O transplante de órgãos (como coração, rim e fígado) tornou-se prática comum, com grande índice percentual de sucesso. Hoje, pode-se afirmar que os transplantes constituem uma verdadeira possibilidade de cura para aquelas doenças que, comprometendo irreversivelmente a funcionalidade de alguns órgãos, no passado condenavam, com certeza, à morte os doentes, ou, na melhor das hipóteses, a uma existência dolorosa e limitada.
O transplante de órgãos consiste numa intervenção mediante a qual um órgão comprometido nas suas funções é substituído por outro (um órgão ou um tecido retirado do doador). Em outras palavras, mas dizendo a mesma coisa: transplante ou transplantação é a transferência de células, tecidos ou órgãos vivos de uma pessoa, o doador, para outra, o receptor, ou de uma parte do corpo para outra, como, por exemplo, os enxertos de pele, com a finalidade de restabelecer uma função perdida. Pode-se transplantar órgãos inteiros, tecidos particulares do organismo. Os órgãos se definem como estruturas organizadas do organismo humano que desempenham uma ou mais funções vitais específicas, enquanto os tecidos são um conjunto de células que contribuem para uma função específica.
Os transplantes de órgão atualmente são de rim, coração, fígado, pulmão, pâncreas. Há também os transplantes de tecido. Nesse caso fala-se mais propriamente de implantes ou inclusões. Os mais conhecidos são: da córnea, que permite superar o grave problema da cegueira; e do miolo ósseo, que se assemelha mais a uma transfusão que a um transplante propriamente dito. Muito frequentes, também, são os transplantes de pele e de tecidos vasculares.
De acordo com os subtipos de transplantações podemos ter:
– Transplantação autoplástica: ocorre quando se transplanta tecido do mesmo organismo de um lugar para outro; por exemplo: o transplante de pedaço de osso.
– Transplantação heteroplástica: é a transplantação de órgãos de um organismo para outro; esta pode ser homóloga, se a transplantação ocorre entre indivíduos da mesma espécie.
– Transplantação heteróloga ou xenotransplantação: ocorre entre indivíduos de espécies diferentes (sobretudo de macaco ou de porco para o ser humano).