A sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro Milênio: esse é o empenho programático proposto pelo Papa Francisco na comemoração dos 150 anos da instituição do Sínodo dos Bispos pelo Papa Paulo VI. A sinodalidade é dimensão constitutiva da Igreja, de modo que aquilo que o Senhor nos pede, em certo sentido, já está tudo contido na palavra “sínodo”.
“Sínodo” é palavra antiga e veneranda na Tradição da Igreja, cujo significado recorda os conteúdos mais profundos da Revelação. Composta pela preposição ‘com’ e pelo substantivo ‘via’, indica o caminho feito conjuntamente pelo povo de Deus. Remete, portanto, ao Senhor Jesus, que apresenta a si mesmo como “o Caminho, a Verdade e a Vida”, e ao fato de que os cristãos, em seu seguimento, são originariamente chamados “os discípulos do Caminho”.
Com um significado específico, desde os primeiros séculos, são designadas com a palavra ‘sínodo’ as assembleias eclesiais convocadas em vários níveis (diocesano, provincial, regional, patriarcal, universal) para discernir, à luz da Palavra de Deus e na escuta do Espírito Santo, as questões doutrinais, litúrgicas, canônicas e pastorais que aos poucos se apresentam.
‘Sínodo’, em grego, é traduzido em latim como ‘sínodo’ ou ‘concílio’. ‘Concílio’, no uso profano, indica uma assembleia convocada pela legítima autoridade. Ainda que as raízes de ‘sínodo’ e ‘concílio’ sejam diversas, o significado é convergente.
Na Igreja Católica a distinção no uso das palavras ‘concílio’ e ‘sínodo’ é recente. No Concílio Vaticano II elas são palavras sinônimas que designam a assembleia conciliar. No Código de Direito Canônico, porém, faz-se a distinção entre Concílio particular e Concílio ecumênico, de um lado, e Sínodo dos Bispos e Sínodo diocesano, de outro.
(3ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre a Sinodalidade na Vida e na Missão da Igreja)