A fé é o bem mais precioso que temos, porque a verdade é elemento fundamental para a vida do ser humano. Daí deriva que a preocupação para que a fé não se corrompa e seja claramente explicitada deva ser considerada tão ou mais necessária que a saúde corporal. Temos que esclarecer o que é ideológico e o que é da fé católica, o que é comunismo e o que é Doutrina Social da Igreja. Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, não pode ser taxado de exagero, falta de espírito ecumênico. O que a Igreja crê está acima das ideologias da moda, porque a Igreja prega o amor e “quem ama, compreende que o amor é experiência da verdade” (LF 27).
A tarefa do Magistério da Igreja é transmitir a fé e velar por ela, proteger o povo de Deus dos desvios e das falhas e lhe garantir a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica. O saber teológico, por sua vez, não pode estar desconectado da história e deve responder às situações atuais. Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor Jesus confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos. Ao Concílio, o Papa João XXIII tinha confiado como tarefa principal guardar e apresentar melhor o precioso depósito da doutrina cristã, para torná-la mais acessível aos fiéis de Cristo e a todos os homens de boa vontade.
“A fé é necessária à salvação” (CIC 183) e Jesus é o autor e realizador da fé (Hb 12,1-2). A Igreja é “coluna e sustentáculo da verdade” (1 Tm 3,15), conserva a memória das palavras de Cristo e transmite de geração em geração a confissão de fé dos apóstolos. No batismo, o ministro pergunta ao catecúmeno: “o que pedes à Igreja de Deus?”. E a resposta é: “A fé”. “E que te dá a fé?”. “A vida eterna”. Como diz o Código de Direito Canônico (cân. 1752) e a GS 40: a “salus animarum” é o objetivo supremo da missão. Por isso, a Igreja, na sua missão, cresce pela transmissão da fé (RMi 4).